“Para sermos aceitos pela sociedade, é necessário não somente ocultar os nossos defeitos, mas, principalmente, não deixar em evidência as nossas qualidades.”
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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini --------------------------------------- COMENTÁRIO:
Faz de conta Outro dia
mesmo estava me divertindo,
assim meio
descuidado, meio distraído,
e pelas brincadeiras de infância atraído.
Vieram outros dias, outras noites,
e, então, o tempo, sorrateiramente,
foi levando para longe de mim, dia após dia,
o pião que fazia girar as minhas fantasias;
as bolinhas de sabão, que eram meu alento,
foram desmanchando-se ao sopro do vento.
O faz de conta, os pés descalços, as ‘partidas’,
o “bate-bola” nos campinhos de terra batida;
as alegres brincadeiras de ‘esconde-esconde’,
me escondiam do mundo adulto, não sei onde.
Enfim, até me dar conta de que chegou o dia
que esconder já não mais conseguia.
Eu não gostei de ter crescido, realmente.
Vez por outra eu me perco à minha procura.
Eu queria ter de novo aquela estatura,
aquela inocência, aquela candura.
Não queira esse mundo de loucura,
onde a verdade se vai e a mentira perdura.
Eu queria ser um menino eternamente.
Na verdade sou criança, apesar da aparência,
e luto para não ser adulto, com veemência,
para não adulterar de vez a minha essência.
O pião perdeu-se num mundo que continua a girar,
as bolinhas de sabão desfizeram-se de vez pelo ar
e nas ruas asfaltadas meus pés calçados vêm pisar.
Mas eu sigo brincando de esconde-esconde, contudo,
com o tempo que insiste em transformar tudo;
faz de crianças felizes, adultos sisudos.
Meu corpo de adulto pelo tempo foi esculpido,
embora me sinta criança, num corpo crescido,
com roupas de adultos, mas espírito despido.
Quanto mais ele muda, mais me contraponho,
pois muda um reino encantado de sonhos,
em um mundo ainda mais infeliz e tristonho.
Cresci e não gostei; isso me desaponta.
Por isso mantenho esse desejo oculto,
insistindo em brincar de faz de conta,
‘fazendo de conta’ que sou adulto.
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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO - Premiações e apresentações relativas ao poema:
– Menção Honrosa no “X Concurso Nacional de Poesias-APLA”, da Academia Pontagrossense de Letras e Artes, da cidade de Ponta Grossa-PR.
– 7ª colocada no “XXXIX Festival de Música e Poesia – FEMUP 2004”, da Fundação Cultural de Paranavaí-PR, declamado por Bruna Boaretto, em 20/11/2004, na noite de premiação.
– Texto apresentado nos dias 15, 16 e 17/09/2006, no Teatro Municipal “Dr. Losso Neto”, em Piracicaba, durante do show "Simplesmente", do grupo musical "Falando da Vida", interpretado por Nelma Nunes, atriz que participa de espetáculos em Piracicaba e região.
– Selecionados no “XIII Prêmio Escriba de Poesia”, da cidade de Piracicaba-SP, no ano de 2015, foi uma das 31 escolhidas dentre mais de 1.300 textos inscritos, enviados por 684 candidatos, sendo 18 do exterior e os emais de todos os cantos do Brasil.
“A justiça
é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em
estado selvagem.”
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AUTOR: Epicuro
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COMENTÁRIO - Paulo Cesar Paschoalini:
Epicuro nasceu em 341 a.
C., na ilha de Samus, Grécia, e faleceu em 271 a. C., em Atenas, capital grega.
Foi fundador do Epicurismo, filosofia baseada na identificação do bem soberano,
como prazer, e na teoria atomista, na qual acreditava que o átomo era o
elemento formador de todas as coisas.
Estudou filosofia, tendo
como mestre Pânfilo, discípulo de Platão, mas discordava de suas ideias, fazendo
oposição à Academia de Platão e ao Liceu de Aristóteles. Estudou em Téos, onde
teve contato com a teoria atomista de Nausífanes de Téos, discípulo de
Demócrito de Abdera.
Reformulou a teoria
atomista e fundou sua própria escola, chamada “Jardim”, onde preconizava um bom
relacionamento entre mestres e discípulos. Via o prazer sob dois aspectos: o
passageiro, encontrado na alegria e na felicidade e o estável, que seria a
total ausência da dor.
Para ele, a vida pode
ser resumido como sendo uma tragédia. Nós não somos filhos de Deus, vivemos e
morremos por acaso e, depois da morte, não há vida. Dizia que era dever do
homem tornar a vida presente na melhor possível. (Fonte: https://pensador.uol.com.br/autor/epicuro/biografia/).
“Meu bisavô andava a cavalo, mas não chegava nem perto dos trens.
Meu avô andava de trem, porém tinha medo de automóveis. Meu pai andava de
carro, mas tinha medo de andar de avião. Eu adoro voar, mas tenho medo de andar
a cavalo.”
Arthur B. Sansom, nasceu em16 de setembro de 1920, em East Cleveland,
Ohio, e faleceu em 4 de julho de 1991. Era um cartunista de quadrinhos
americanos, criador a longa história em quadrinhos “The Born Loser”. Depois de
sua graduação em Licenciatura em Arte, ele trabalhou como engenheiro /
desenhista da General Eletric. Sansom criou a faixa “Chris Welkin-Planeteer”,com Russ Winterbotham, durante os anos de
1952 até 1964. Criou o “The Born Loser”para a Newspaper Enterprise Association, em 1965.Em meados da década de 1980, ele tele a
assistência de seu filho Chip Sansom, que assumiu a responsabilidade pela tira
após a sua morte. (Fonte:https://en.wikipedia.org/wiki/Art_Sansom).
Quando o corpo funciona
espontaneamente, isso é chamado de instinto.
Quando a alma funciona
espontaneamente, isso é chamado de intuição.
Instinto e Intuição se
parecem e, ainda assim, uma grande distância os separa.
O Instinto é do corpo... denso;
e a Intuição é da alma... o
sutil.
E entre os dois está a
mente, a especialista, que nunca funciona espontaneamente.
Mente significa
conhecimento.
O conhecimento nunca
poderá ser espontâneo.
O Instinto é mais profundo
do que o intelecto.
Ambos estão além do
intelecto, e ambos são bons.
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AUTOR: Osho Rajneesh
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COMENTÁRIO - Paulo Cesar Paschoalini:
Chandra Mohau Jain nasceu em 11 de dezembro de 1931, em
Raisen District, Índia e faleceu em 19 de janeiro de 1990, em Purie, também na
Índia. Foi um professor de filosofia e mestre na arte da meditação, fundando um
movimento espiritual, que poderia ser considerado como uma nova religião, com a
busca pelo divino, rituais, doutrinas e até escrituras. Publicou mais de 600
livros.
Graduado em Filosofia, dava aulas na Universidade de
Jabalpur e abriu um centro de
meditação, conquistando alguns seguidores. Em 1962, iniciou um ciclo de palestras pela Índia. Em 1964,
suas palavras foram publicadas no livro “O Caminho Perfeito”. A partir de 1966,
dedicou-se exclusivamente à vocação de guru, organizando acampamentos de
meditação na zona rural do país.
No ano de 1971, mudou seu nome de “Chandra Mohau Jain” para
“Bhagawa Shree Rajneesh” ou Rajneesh “o senhor abençoado”. No fim dos anos 70,
seu acampamento recebia cerca de cem mil pessoas por ano. Em 1981, Osho e seus
seguidores transferiram-se para um terreno no deserto de Oregon, nos EUA, criando
a comunidade “Rajneeshpuram”, atraindo doações de milionários para
construir uma cidade.
Por pregar o liberalismo em relação ao sexo, criou insatisfação da sociedade local, o que lhe custou o visto de residência. Em
1985 passou seis dias preso, acusado de violar a lei de imigração. Após o
pagamento de fiança de US$ 400 mil, foi libertado, com a promessa de deixar o
país.
Teve
seu visto negado em 21 países, vendo-se obrigado a retornar à Índia. Em 1990, mudou
seu nome para Osho “oceânico”, no mesmo ano do seu falecimento (Fonte: "Pensador.uol" - Link: https://pensador.uol.com.br/autor/osho/biografia).
“Procurar freneticamente pela ‘cara-metade’ é contentar-se em encontrar, no final, apenas uma outra metade. Difícil mesmo é encontrar alguém que nos faça sentir inteiros.”
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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini --------------------------------------- COMENTÁRIO:
"Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor.
O diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento."
--------------------------------- AUTOR: Machado de Assis ---------------------------------
COMENTÁRIO - Paulo Cesar Paschoalini:
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no
Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839 e faleceu em 29 de setembro de 1908,
também na capital fluminense. É considerado o maior nome da literatura
brasileira do século XIX. Aos 16 anos publica seu primeiro poema, intitulado
“Ela”, na revista “Marmota Fluminense”. A partir de 1858 passa a colaborar com
órgão de imprensa. Em 1896 ajuda a fundar a Academia Brasileira de Letras,
tornando-se o primeiro presidente da entidade no ano seguinte. Como romancista,
suas obras podem ser divididas em duas fases. Da primeira, seus livros mais
famosos são “Ressurreição”, seu livro de estreia em 1872, “A Mão e
a Luva”, “Helena”e “Iaiá
Garcia”. À segunda fase pertencem “Memórias Póstumas de Brás
Cubas”, “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”e “Memorial de Aires”. Entre seus
contos se destacam “Missa do Galo”, “O Espelho” e “O
Alienista”. Escreve ainda poemas, crônicas, peças de teatro, críticas teatrais
e literárias (Fontes: www.pensador.uol.com.br e www.algosobre.com.br). ______________________________________
“Uma
imagem vale mais que mil palavras”, diz uma expressão de autoria do filósofo
chinês Confúcio, que tornou-se um dito popular muito conhecido. Millôr
Fernandes, por sua vez, tomou esse pensamento milenar e sugeriu: “se uma imagem
vale mais que mil palavras, então diga isso com uma imagem”.
Assim,
antes do surgimento da escrita, e na falta de propagação de imagens, toda a
sabedoria que desembocou nos dias atuais foi transmitida de forma verbal, ou,
boca-a-boca, de pessoa para pessoa.
O
cantor e compositor Belchior mencionou em sua música “Como nossos pais” o
seguinte verso: “para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua, é que se
fez o seu braço, seu lábio e a sua voz”. Desse modo, além de se expressar
através da fala, a boca pode ainda demonstrar um sentimento através do beijo,
por exemplo.
E
foi justamente esse trecho da composição o ponto de partida. Bocas que também se
alimentam, sorriem e cantam, além de acompanhar a dor de um choro, silenciar por
vontade própria, ou calar-se por imposição. Daí veio à tona a música “Bocas”,
composta em parceria com Zé Roberto e Alex, há mais de 15 anos, baseada numa
época em que o mundo tinha seus conflitos inerentes àquele momento.
Se
considerarmos o tema abordado, não era algo exclusivo daquela época, uma vez que,
“desde que o mundo é mundo”, aquilo que menciona o conteúdo é algo recorrente. No
entanto, ao tomarmos contato com as informações que temos acesso nos dias de
hoje, infelizmente talvez essa letra seja mais atual ainda.
Sempre
se falou em amor, mas não de maneira tão superficial. Nunca se viu tanta fome,
mas poucas vezes de forma tão cruel. A necessidade de se expressar sentimentos tem
extrapolado o que se convencionou chamar de urgência. A violência e armamentos
sofisticados jamais mataram tanto.
A
gravação foi feita em estúdio amador, mas entendo que reúne condições para ser
ouvida com um mínimo de qualidade. Provavelmente uma produção profissional, com
vocais ao fundo, por exemplo, pudesse realçar e valorizar a composição. Embora
possa não ser uma música considerada “comercial”, às vezes a imagino na voz de
algum artista conhecido do grande público (sonhar faz bem).
Penso
ser o tipo de canção capaz de instigar a nossa reflexão sobre a necessidade de se
ter vez e voz no mundo, justamente numa época em que botões e gravatas
deliberadamente sufocam nossa garganta, não apenas dificultando a respiração,
mas, principalmente, para interferir na nossa inspiração.
Como
poema, o texto foi publicado na página 22 de meu livro “Arcos e Frestas”, em
2003. Como composição musical, espero que essas “Bocas” consigam gritar essa tal
realidade em que vivemos, mas a ausência de tempo nos impede de ver com a
devida clareza e com a dose de humanidade que tem faltado ultimamente.