pelos
trilhos infinitos do destino.
Antigamente
vinha devagar, passadas lentas,
e
entre uma estação e outra
era
possível ver a beleza em cada uma delas.
Pela
janela dava tempo até de ver a paisagem
que
nos acenava durante toda a travessia.
O
trem passava vagarosamente,
deixando
um rastro de fumaça
como
sinal de sua passagem.
Uma
boa parte dessa fumaça
foi
dissipada pelo vento do esquecimento;
a
outra parte se transformou em nuvens,
que
se espalham pelo horizonte da lembrança.
Hoje,
o tempo é um trem
que
passa depressa demais.
De
uma estação à outra é um “flash”.
Recolhe
e despeja passageiros
numa
velocidade tamanha,
que
nem seque nos damos conta
de
quem nos acompanha na viagem.
Não
tem sequer fumaça,
muito
menos espaço para lembranças.
Tudo
acontece muito rapidamente.
Os
trem modernos são chamados de “trem bala”,
pois
passam como se fossem um disparo.
Feito
um disparo de uma bala,
que
muitas vezes fere e outras vezes mata.
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TEXTO: Paulo Cesar
Paschoalini
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COMENTÁRIO:
O texto foi publicado na página 36 do livro “Arcos e Frestas”, Editora Blocos, no ano de 2003. A obra foi uma das 12 selecionadas no “3º Concurso Blocos de Poesia”, dentre 287 concorrentes inscritos.
O texto foi publicado na página 36 do livro “Arcos e Frestas”, Editora Blocos, no ano de 2003. A obra foi uma das 12 selecionadas no “3º Concurso Blocos de Poesia”, dentre 287 concorrentes inscritos.
A imagem escolhida pertence ao site " mx.city.mx ".
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