quarta-feira, 10 de julho de 2019

MINHA POESIA:

Entardecer (ou, "Em tarde ser"): 

Parece que a luz já deu-se por satisfeita.
Depois de ter deixado tudo muito às claras,
chegou a hora de ser tragada pela boca da noite.
Aquilo que não se demora, nem sempre é breve;
o que há de ser levado, que a sombra leve,
mas com a leveza que cabe aos degradês.

Que o frenesi do dia seja substituído pela pausa,
e que o efeito que o define se afine com a causa.
Que a passagem do lume à penumbra
Faça-se não somente paulatinamente,
mas, na verdade, assim, ‘palativamente’,
a ponto de podermos saborear o entardecer.

Ali está a tarde, entre o dia e a noite,
como pés em dois barcos, mas não naufraga.
Paira, flutua, e, de maneira profunda,
funde-se com graus e degraus dessa passagem.

O resto de luz que porventura ainda arde,
contrasta com as réstias de penumbra da tarde,
que aos poucos chega e se aconchega.
E o dia saiu de viagem... Mas volta!
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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini 
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OBSERVAÇÃO: O texto é parte integrante do original "Mar adentro, mundo afora...", livro de poesias aguardando parceria/patrocínio para publicação. 
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