"O ser humano adorava o sol, a lua e as estrelas. Ficava assutado como o relâmpago, temia o trovão e não conseguia explicar a chuva. Depois que tornou-se devidamente 'civilizado', tenta entender porque passou a ter medo de si mesmo."
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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini ----------------------------------------- COMENTÁRIO:
"Os lunáticos sempre estiveram à frente dos racionais. Mesmo antes de a razão permitir que o ser humano pisasse na lua, eles já a habitavam fartamente, devidamente equipados com seus devaneios, fazendo leveza daquilo que for gravidade."
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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini ----------------------------------------- COMENTÁRIO:
Às vezes me apanha à deriva o peito. Sinto-me náufrago querendo porto; um ponto final buscando recomeço. Às vezes não me entendo direito. Somente me entendo quando torto, ou quando vasculho meu avesso.
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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini ----------------------------------------- COMENTÁRIO:
Houve um tempo muito distante em que a vida se desenrolava basicamente nas regiões campesinas, que as famílias se abrigavam em casas simples, cercadas de terras cultiváveis, de onde tiravam o seu sustento. Trabalho difícil, de sol a sol, e nos finais de semana, tinham o costume de visitarem com frequência os familiares e amigos, mesmo sem a comodidade dos automóveis.
Devido à chamada “revolução industrial”, surgida na Inglaterra no século XVIII, a maioria migrou para as grandes cidades, trocando a difícil rotina da lavoura pelo conforto que a vida urbana começava oferecer. Exemplos disso, o fogão a gás pôs fim à tarefa de cortar lenha; água encanada, ao invés de puxar balde no poço, e máquinas de lavar roupas, que evitavam a rotina dessa empreitada à margem de ribeirões.
Aos poucos os grandes centros foram tomados pelo êxodo rural e tornaram-se inchadas de pessoas, que se consideravam cidadãos evoluídos, enquanto que os moradores de sítios e fazendas passaram a ser vistos como gente de “segunda classe”, embora os residentes de áreas urbanas ainda dependam deles para se alimentar.
Há alguns anos, antes da virada do milênio, era voz corrente que o “rico” do século XXI seria quem tivesse esses 5 elementos: tempo, silêncio, água limpa, espaço e ar puro, o que lhe proporcionaria uma qualidade de vida, além de saúde, é claro. Eu acrescentaria, ainda, mais dois; segurança e paz de espírito.
Muitos autores brasileiros escreveram obras marcantes, que tratam das diferenças existentes entres esses dois tipos de vida. Na literatura internacional, destaque para uma citação do escritor e roteirista Truman Capote: “Para uma criança, a cidade é um lugar desprovido de alegria”.
Compositores musicais também se aventuraram em retratar as características desses dois universos, existentes em muitas partes do Brasil. Na direção oposta às grandes migrações, as letras mostram certa nostalgia e um desejo de voltar à vida simples da zona rural:
“Eu quero uma casa no campo, onde eu possa ficar do tamanho da paz...”
(“Casa no campo”, de Zé Rodrix, na voz inesquecível de Elis Regina)
“Eu queria ter na vida, simplesmente, um lugar de mato verde, pra plantar e pra colher;
Ter uma casinha branca de varanda, um quintal e uma janela para ver o sol nascer.”
(“Casinha branca”, composição e gravação de Gilson)
“E uma casinha lá onde mora o sol poente, pra, finalmente, a gente, simplesmente ser feliz.”
(“Voa coração”, autoria e interpretação de Toquinho)
Porém, as composições alcançam uma proporção ainda maior se embaladas pelo ritmo sertanejo raiz, quando “sentimentos sitiados” revelam uma saudade, que muitas vezes chega (mesmo) a doer:
“Não há, o gente, oh, não, luar como esse do sertão...”
(“Luar do sertão”, de Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco)
“Tô indo agora pra um lugar todinho meu; quero uma rede preguiçosa pra deitar.
Em minha volta sinfonia de pardais, cantando para a majestade o sabiá...”
(“A majestade, o sabiá”, composição de Roberta Miranda)
Nunca vi ninguém viver tão feliz como eu no sertão.
Perto de uma mata e de um ribeirão, Deus e eu no sertão.
Casa simplesinha, rede pra dormir; de noite um show no céu, deito pra assistir.
(“Deus e eu no sertão”, de autoria de Victor Chaves)
Há pouco mais de 20 anos, a música “Riqueza” foi composta, em parceria com Alex e Zé Roberto, para expressar a beleza e a necessidade de viver uma vida cercada de simplicidade. De comum com os consagrados artistas, apenas o fato de sermos amantes da natureza, essa riqueza que nos cerca e traz muita paz:
RIQUEZA
Quando o galo canta o seu refrão,
chama o sol, desperta o meu sertão;
campos são tingidos de dourado,
nesse solo abençoado,
paraíso aqui no chão.
Flores enfeitando o ribeirão,
chuva saciando a plantação;
o choro de um berrante pela estrada,
conduzindo uma boiada,
mais parece uma canção.
REFRÃO:
Riqueza não é ter um baú cheio de metal;
é provar a água pura e a doçura do canavial.
Riqueza não é ter cada dia sempre mais e mais;
é plantar a liberdade e colher da natureza muita paz.
Ter ar pura para respirar,
uma rede para descansar,
o ranger tristonho da porteira,
passarinhos na paineira
e um cavalo a galopar.
A tarde leva o sol pro horizonte,
a noite vem trazendo o luar;
tudo adormece nesse instante,
a calma toma conta do lugar.
(REFRÃO)
Riqueza não é ter um baú cheio de metal...
------------------------------------------------------------------- COMPOSITORES: Alex, Zé Roberto e Paulo Paschoalini Registro nº: 124.498, em 04.02.1997 - EDA / FBN.
------------------------------------------------------------------- COMENTÁRIO - Paulo Cesar Paschoalini: A música "Riqueza", mencionada logo em seguida ao texto, é uma composição de Alex Francisco, José Roberto e Paulo Cesar Paschoalini. O arranjo é de José Roberto Paschoalini. Registro no EDA/FBN número 124.498, em 04 de fevereiro de 1997. ______________________________________
A flor verdadeira, a flor que está lá fora no jardim,
é eterna, mas não é permanente.
E o eterno tem uma maneira própria de ser eterno.
A maneira do eterno é nascer muitas e muitas vezes... e morrer.
Através da morte, o eterno se renova, rejuvenesce.
Para nós, parece que a flor morreu - ela nunca morre.
Ela simplesmente troca de corpo, assim está sempre fresca.
Ela deixa o velho corpo e entra em um novo corpo.
Ela floresce em algum outro lugar,
nunca deixa de estar florescendo.
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AUTOR: Osho Rajneesh
Do livro “Além das
fronteiras da mente”
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COMENTÁRIO - Paulo Cesar Paschoalini:
Chandra Mohau Jain nasceu em 11 de dezembro de 1931, em Raisen
District, Índia e faleceu em 19 de janeiro de 1990, em Purie, também na Índia.
Foi um professor de filosofia e mestre na arte da meditação, fundando um
movimento espiritual, que poderia ser considerado como uma nova religião, com a
busca pelo divino, rituais, doutrinas e até escrituras. Publicou mais de 600
livros.
Graduado em Filosofia, dava aulas na Universidade de Jabalpur e
abriu um centro de meditação, conquistando alguns seguidores. Em 1962, iniciou
um ciclo de palestras pela Índia. Em 1964, suas palavras foram publicadas no
livro “O Caminho Perfeito”. A partir de 1966, dedicou-se exclusivamente à
vocação de guru, organizando acampamentos de meditação na zona rural do país.
No ano de 1971, mudou seu nome de “Chandra Mohau Jain” para
“Bhagawa Shree Rajneesh” ou Rajneesh “o senhor abençoado”. No fim dos anos 70,
seu acampamento recebia cerca de cem mil pessoas por ano. Em 1981, Osho e seus
seguidores transferiram-se para um terreno no deserto de Oregon, nos EUA,
criando a comunidade “Rajneeshpuram”, atraindo doações de milionários para
construir uma cidade.
Por pregar o liberalismo em relação ao sexo, criou insatisfação
da sociedade local, o que lhe custou o visto de residência. Em 1985 passou seis
dias preso, acusado de violar a lei de imigração. Após o pagamento de fiança de
US$ 400 mil, foi libertado, com a promessa de deixar o país.
Teve
seu visto negado em 21 países, vendo-se obrigado a retornar à Índia. Em 1990,
mudou seu nome para Osho “oceânico”, no mesmo ano do seu falecimento (Fonte:
"Pensador.uol" - Link:https://pensador.uol.com.br/autor/osho/biografia).
Hoje, dia 1 de agosto de 2017, a cidade de Piracicaba está completando 250 anos de fundação. Nascidos e criados aqui na “terrinha”, Alex, Zé Roberto e eu compusemos a música “Nas margens da saudade”, há pouco mais de 20 anos.
Embora existam obras musicais exaltando a beleza do Rio Piracicaba (e é lindo mesmo!), já naquela época decidimos fazer uma composição alertando para a situação de degradação desse exuberante cartão postal de nossa cidade. Infelizmente, esse não é o único descaso ecológico de rios brasileiros.
Em 2006, a música foi apresentada na Câmara dos Vereadores de Piracicaba, numa Seção em que foi feita a leitura de um Relatório sobre o Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Na oportunidade, foi mencionada a intenção de fazer dela o hino do Consórcio, que envolve essas três importantes bacias do Estado de São Paulo.