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quinta-feira, 17 de novembro de 2022

MINHA POESIA:

PEDRAS DO CAMINHO: 

Que tu consigas 
perceber cores 
nas pedras do caminho, 
quando assim as vires... 

para que teu olhar, 
por onde fores, 
possa fazer da estrada 
vereda de arco-íris. 

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
(Protegido por Lei de Direitos Autorais, 9.610/98)
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terça-feira, 15 de novembro de 2022

MINHA POESIA:

BOCA DA NOITE:  

  

A tarde se vai, num bocejo... 

A boca da noite se abre 

para mastigar as sombras, 

experimentar silêncios 

e engolir a madrugada. 


(FOTOGRAFIA: Marco Antonio Ayres - Agradeço ao fotógrafo pela gentileza de sugerir/permitir a publicação da imagem de sua autoria, acompanhada de meu poema)

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TEXTO: Paulo Cesar Paschoalini
(Protegido por Lei de Direitos Autorais, 9.610/98)
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 < CURRÍCULO LITERÁRIO E PREMIAÇÕES > 

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MINHA CRÔNICA:


MÚSICA: 'Construção' 
(Composição: Chico Buarque de Holanda, 1971) 

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música

E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão, atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado

Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego

Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo

E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague

Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague

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'Construção'... e reconstrução poética 

Esta música de Chico Buarque, do ano de 1971, é considerada por muitos críticos como uma de suas mais significativas composições, elaborada cuidadosamente com frases terminadas com palavras proparoxítonas. Descreve não somente a rotina de uma edificação comum às grandes cidades, mas como a sociedade está construída e as diferenças nela existentes.

A princípio, retrata a realidade da construção civil, observada de acordo com o ponto de vista humano, daqueles que se arriscam equilibrando em andaimes para poder executar a tarefa de por “tijolo por tijolo num desenho mágico”.

Além do mais, “comeu feijão com arroz... bebeu e soluçou”, por exemplo, dão a dimensão das condições e sentimentos que envolvem o operário, tratado “como se fosse máquina”. Enquanto procuram ganhar a vida executando essa tarefa tão necessária à sociedade, mas também tão arriscada, muitos acabam por morrer “na contramão atrapalhando o tráfego”.

Após finalizar a primeira parte com a morte do operário, a segunda parte é cantada com os versos começando de maneira semelhante, ainda terminado com proparoxítonas, mas no desfecho com palavras diferentes que foram mencionadas ao longo da letra. No entanto, quando cantada, ainda, pela terceira vez, cada verso apresenta no final uma forma desordenada, numa genial reconstrução poética, ganhando contornos de desconstrução, mostrando uma realidade caótica.

Dessa forma, a letra também adquire ares de demolição da vida humana, revelando dramaticamente como o indivíduo é usado e abusado, sendo despido de sua dignidade. Destaque para: “amou... como se fosse máquina”, “ergueu... paredes flácidas” e “e se acabou no chão feito um pacote bêbado”.

Para finalizar a composição, um arremate que expõe o lado desumano e realista. Apesar da vida desgraçada a que se submete, ainda se vê obrigado a agradecer a quem detém o poder econômico, pela oportunidade de lhe dar uma maneira de ganhar a vida, embora as condições de trabalho sejam mais apropriadas para que venha a perdê-la.

Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir...
Por me deixar respirar, por me deixar existir...
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair...
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir...
Deus lhe pague!

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TEXTOPaulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO: O texto/música foi publicado no blog da "Revista Vicejar" em 13.11.2022, onde o escritor possui vários textos de sua autoria, atuando como Colaborador. Para ler mais acesse:
BLOG DA REVISTA VICEJAR: http://revistavicejar.blogspot.com/
LINK DO TEXTO:
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quinta-feira, 10 de novembro de 2022

MINHA POESIA:

METAMORFOSE: 

Caminha a lagarta, lentamente,
pela extensão de alguns galhos;
se alimenta de várias folhas
e mata a sede com o orvalho.

Um dia chega a mudança;
se encasula consigo, contida,
se reveste de folhas mortas
para iniciar uma nova vida.

Na escuridão de seu abrigo,
abandona a coloração pálida
e desabrocha suas cores vivas
na metamorfose em crisálida.

A natureza tece a roupagem,
que estampa sobre as floradas;
as borboletas, na paisagem,
mais parecem pétalas aladas. 

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
(Protegido por Lei de Direitos Autorais, 9.610/98)
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- COMENTÁRIO: 
- Menção Honrosa no “III Prêmio Manoel Cerqueira Leite de Literatura” e publicada na página 16 da antologia “Mágicas e tantos devaneios”, editada por Via Sette Editorial, da cidade de Itapetininga-SP.
- Publicada na página 72 do livro “Poesias da Primavera”, pela Casa do Livro Editora Rio-pretense, da cidade de São José do Rio Preto-SP. Foi um dos textos selecionados em concurso para integrar a coletânea.
- Publicada na página 16 da antologia “Mágicas e tantos devaneios”, editado por Via Sette Editorial, da cidade de Itapetininga-SP. Recebeu Menção Honrosa no “III Prêmio Manoel Cerqueira Leite de Literatura”. 
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terça-feira, 8 de novembro de 2022

MINHA CITAÇÃO:

ESCRAVIDÃO: 


"A pior escravidão 

é acorrentar-se 

demasiadamente 

às próprias certezas." 


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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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quinta-feira, 3 de novembro de 2022

MINHA MÚSICA:


MÚSICA: "Caminhada"
[ Composição: (Alex, Zé Roberto e Paulo) Paschoalini ]

Cada pedra em que tropecei 
Durante a minha caminhada
Guardei comigo cada uma
E com elas, lado a lado,
Construí o meu abrigo

A cada queda aprendi a levantar
E seguir, apesar das feridas
Que o tempo se encarregou de cicatrizar
Dia após dia, com toda a sua sabedoria.

( REFRÃO )
Não lembro bem o ponto de partida
Nem sei onde vai ser a chegada
Mas sei que sempre, por toda a vida, 
É preciso seguir a caminhada

A cada passo não se esquecer
Que o que passou já é passado
Viver intensamente o presente 
E olhar para o futuro com os pés no chão

Dar as costa pra derrota
Encarar de frente os desafios
Andar ao lado da alegria
E saber que sempre cada anoitecer
É o aperitivo de um novo amanhecer

( REFRÃO )
Não lembro bem o ponto de partida
Nem sei quando vai ser a chegada
Mas sei que sempre, por toda a vida, 
É preciso seguir a caminhada

VÍDEO DISPONÍVEL NO YOUTUBE:

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SOBRE A MÚSICA: 

“Caminhada” é uma composição feita na metade dos anos 90, quando vivíamos a expectativa da virada do milênio, que mexia com o imaginário das pessoas, trazendo as mais curiosas teorias para o “Novo Tempo”. Dentre elas, destacava-se um cenário apocalíptico, num clima negativo para os dias que se aproximavam. Diante dessa atmosfera, a letra sugere uma visão otimista, mostrando que “cada pedras em que tropecei” serviu para fortelecimento pessoal para seguir a caminhada, com a firme disposição de “viver intensamente o presente e olhar para o futuro com os pés no chão”, sabendo que “cada anoitecer é o aperitivo de um novo amanhecer”. Apesar de ter passado mais de 25 anos, acredito que o tema abordado na composição (feita em parceria com Alex e Zé Roberto) também encontra eco no momento atual, em razão dos diversos conflitos em todos os cantos do mundo.


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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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