Paulo Cesar Paschoalini

Paulo Cesar Paschoalini
Pirafraseando

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segunda-feira, 1 de maio de 2017

MINHA MÚSICA:

Bocas

Bocas em silêncio, depois de falar de amor;
bocas que se buscam, lábios que se tocam.
Bocas que acendem o fogo da paixão,
para incendiar corpo e coração.

Bocas de crianças reclamando do abandono;
bocas que insistem em clamar por Deus.
Bocas sempre abertas esperando o pão,
pois a fome dói como a solidão.

(REFRÃO)
Ah!... Os homens se esquecem
que as bocas existem pra sorrir, contar, falar...
E não pra se calar!
Ah!... Bocas que calam,
que nada falam, mas dizem tudo...

Bocas que se abrem num sorriso de alegria;
bocas que declamam versos poesias.
Bocas que transformam, com o seu cantar,
sentimento em sons, pensamento em voz.

Bocas que ordenam a matança de milhões;
bocas que se calam ante o mais forte.
Boca de um arma pode ser capaz
de calar a voz e ferir a paz.

(REFRÃO)
Ah!... Os homens se esquecem...

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AUTORES:
Alex Francisco Paschoalini, José Roberto Paschoalini e Paulo Cesar Paschoalini.
Registro nº: 196525, em 24/03/2000, no EDA / FBN.
- YOUTUBE: https://www.youtube.com/watch?v=sIykqmBpq4s 

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COMENTÁRIO - Paulo Cesar Paschoalini:

“Uma imagem vale mais que mil palavras”, diz uma expressão de autoria do filósofo chinês Confúcio, que tornou-se um dito popular muito conhecido. Millôr Fernandes, por sua vez, tomou esse pensamento milenar e sugeriu: “se uma imagem vale mais que mil palavras, então diga isso com uma imagem”.

Assim, antes do surgimento da escrita, e na falta de propagação de imagens, toda a sabedoria que desembocou nos dias atuais foi transmitida de forma verbal, ou, boca-a-boca, de pessoa para pessoa.

O cantor e compositor Belchior mencionou em sua música “Como nossos pais” o seguinte verso: “para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua, é que se fez o seu braço, seu lábio e a sua voz”. Desse modo, além de se expressar através da fala, a boca pode ainda demonstrar um sentimento através do beijo, por exemplo.

E foi justamente esse trecho da composição o ponto de partida. Bocas que também se alimentam, sorriem e cantam, além de acompanhar a dor de um choro, silenciar por vontade própria, ou calar-se por imposição. Daí veio à tona a música “Bocas”, composta em parceria com Zé Roberto e Alex, há mais de 15 anos, baseada numa época em que o mundo tinha seus conflitos inerentes àquele momento.

Se considerarmos o tema abordado, não era algo exclusivo daquela época, uma vez que, “desde que o mundo é mundo”, aquilo que menciona o conteúdo é algo recorrente. No entanto, ao tomarmos contato com as informações que temos acesso nos dias de hoje, infelizmente talvez essa letra seja mais atual ainda.

Sempre se falou em amor, mas não de maneira tão superficial. Nunca se viu tanta fome, mas poucas vezes de forma tão cruel. A necessidade de se expressar sentimentos tem extrapolado o que se convencionou chamar de urgência. A violência e armamentos sofisticados jamais mataram tanto.

A gravação foi feita em estúdio amador, mas entendo que reúne condições para ser ouvida com um mínimo de qualidade. Provavelmente uma produção profissional, com vocais ao fundo, por exemplo, pudesse realçar e valorizar a composição. Embora possa não ser uma música considerada “comercial”, às vezes a imagino na voz de algum artista conhecido do grande público (sonhar faz bem).

Penso ser o tipo de canção capaz de instigar a nossa reflexão sobre a necessidade de se ter vez e voz no mundo, justamente numa época em que botões e gravatas deliberadamente sufocam nossa garganta, não apenas dificultando a respiração, mas, principalmente, para interferir na nossa inspiração.

Como poema, o texto foi publicado na página 22 de meu livro “Arcos e Frestas”, em 2003. Como composição musical, espero que essas “Bocas” consigam gritar essa tal realidade em que vivemos, mas a ausência de tempo nos impede de ver com a devida clareza e com a dose de humanidade que tem faltado ultimamente.
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segunda-feira, 24 de abril de 2017

MINHA CITAÇÃO:

Velhice

“A velhice haverá de ser algo mais leve se, quando ela chegar, eu já tiver adquirido as qualidades das pessoas que admirei ao longo da vida.”

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO:
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sexta-feira, 21 de abril de 2017

CINEMA:

“Benjamin Button” e o eterno desejo de rejuvenescer

Produção de 2008, baseada no conto homônimo de F. Scott Fitzgerald, “O curioso caso de Benjamin Button” traz no elenco nomes como Brad Pitt e Cate Blanchett. Foi um dos filmes que mais concorreu ao Oscar, com 13 indicações, conquistando apenas três, em categorias voltadas ao quesito visual.

Conta a história de Benjamin, um homem que nasce em 1918 com aparência e características de envelhecimento e, devido ao seu aspecto incomum, é abandonado pelo pai após a morte da mãe, logo depois do parto. Ele, então, é encontrado por Queenie, que trabalha em um Lar para idosos, que passa a criar o menino. Convive em igual condição com os outros moradores, apesar de sua mente ser como a de um garoto; inseguro e curioso sobre a vida.

Ainda na infância conhece a menina Daisy, que se tornaria seu grande amor. Benjamin, no entanto, tem uma característica curiosa. Diferentemente dos demais, ao invés de manter ou adquirir novas rugas, ele vai rejuvenescendo, o que torna o filme intrigante.

Agostinho de Hipona:
O tempo muitas vezes foi objeto de reflexão da Filosofia. A literatura também se serviu de conceitos temporais como pano de fundo em narrativas de ficção, como é o caso de Benjamin Button. A ideia surgiu depois que Fitzgerald leu a frase de Mark Twain: “A vida seria infinitamente mais feliz se pudéssemos nascer aos 80 anos e gradualmente chegar aos 18”.

Essa subversão na cronologia nos remete ao pensamento de Santo Agostinho, que dizia ser o tempo essencialmente psicológico. Desse modo, o passado não existe, pois é uma lembrança; o presente não passa de uma percepção, ou intuição, e o futuro é algo que nunca aconteceu e, portanto, é apenas uma expectativa.

Kant e Heidegger:
Segundo o filósofo alemão Immanuel Kant, o tempo (além do espaço) é uma condição de possibilidade da experiência, não sendo, portanto, uma realidade, já que não é visível, nem tangível e trata-se de uma intuição antes da experiência.

Assim, a capacidade de intuição, em conjunto com a capacidade de pensar, é responsável pela organização das informações dos sentidos e permite por meio da reflexão o surgimento do conhecimento humano. Podemos, portanto, questionar a respeito de nós mesmos; ou seja, porque nossa natureza é nascer criança e morrer velho?

Interessante mencionar, ainda, Martin Heidegger, que tratou de algo muito visível no personagem; a angústia. De acordo com esse outro pensador alemão, angústia é uma insegurança que sentimos da nossa própria existência perante o mundo, isolados de tudo; uma solidão, inclusive, perante a nossa condição humana, em que o futuro não oferece nenhuma forma de garantia.

Não importa se o tempo é uma ilusão ou uma intuição, que age no sentido de contribuir para a aquisição de conhecimento. Independente de nos envelhecer ou remoçar, em ambos os casos necessitamos nos submeter a uma experiência de vida, dentro de um período, com o objetivo (talvez) de adquirir conhecimento e consciência para nossa evolução.

Não estamos imunes ao mesmo fim
É curioso notar nossa insatisfação com relação ao tempo. Quando somos crianças, torcemos para ser rapidamente adultos. Ao avançarmos na idade adulta, queremos colocar um freio no tempo. Assim que nos aproximarmos da velhice, gostaríamos que nossa idade retrocedesse gradualmente, a ponto de nos tornarmos novamente jovens, conforme sugere o autor F. Scott Fitzgerald.

Ao refletirmos sobre o filme, percebemos que um eventual processo de inversão da idade, partindo da velhice, só alteraria a cronologia e aspectos das características físicas. Embora a maioria das pessoas se queixe do natural processo de envelhecimento, se o tempo caminhasse no sentido oposto, não estaríamos imunes ao nosso inevitável destino.

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TEXTO: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO:
Um filme curioso, como mencionado no título, mas, acima de tudo, sensível, que nos convida a uma reflexão sobre a inevitável passagem do tempo e suas consequências. Destaque para as atuações de Brad Pitt e Cate Blanchett, além da bela ambientação de época.
O texto também foi publicado no site "Portal Raízes", e pode ser acessado através do link: http://www.portalraizes.com/8598-2/, ou pelo Facebook do "Portal": https://www.facebook.com/portalraizes/?fref=ts.
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quinta-feira, 13 de abril de 2017

UMA CITAÇÃO...

Liberdade e sensatez

“Se o cavalo tivesse conhecimento da sua força, seria tão louco que se sujeitasse ao jugo, como acontece? Mas, caso ele se tornasse sensato e se libertasse, então dir-se-ia que tinha enlouquecido.”

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AUTOR: August Strindberg
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COMENTÁRIO – Paulo Cesar Paschoalini:
August Strindberg nasceu em 22 de janeiro de 1849, em Estocolmo, e faleceu em 14 de maio de 1912, também na capital. Foi um escritor e dramaturgo sueco, um dos criadores do teatro expressionista. Sua primeira peça importante foi “Mestre Olof”, de 1872, um drama que trata da revolta contra convenções sociais e tipos de poder. Em 1879 escreveu “O quarto vermelho”, primeiro romance naturalista da literatura sueca. Outras de suas obras de destaque são “O Pai”, em 1887, e “Senhorita Júlia”, em 1899, quando vivia em diversos países da Europa.  Volta a viver na Suécia em 1897 e escreve de 1898 a 1904 as três partes da peça “Para Damasco”, precursora do teatro expressionista, que influenciou inúmeros dramaturgos alemães (FONTE: www.algosobre.com.br).
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domingo, 9 de abril de 2017

MINHA CITAÇÃO:

Animais

“Muita gente se surpreende ao ver pessoas tratarem certos animais da mesma forma como se trata um ser humano. No entanto, acha perfeitamente normal ver pessoas tratando outro ser humano como se fosse o pior dos animais.”

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO:
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sexta-feira, 7 de abril de 2017

UM TEXTO...

Nenhum animal é insatisfeito

Eu penso que poderia retornar e viver com animais,
tão plácidos e autocontidos;
eu paro e me ponho a observá-los longamente.
Eles não se exaurem e gemem sobre a sua condição;
eles não se deitam despertos no escuro
e choram pelos seus pecados;
eles não me deixam nauseado
discutindo o seu dever perante Deus.
Nenhum deles é insatisfeito,
nenhum enlouquecido pela mania de possuir coisas;
nenhum se ajoelha para o outro,
nem para os que viveram há milhares de anos;
nenhum deles é respeitável ou infeliz em todo o mundo.

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AUTOR: Walt Whitman
Extraído de “Song of Myself”
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COMENTÁRIO - Paulo Cesar Paschoalini:
Walt Whitman nasceu em 31 de maio de 1819, em Huntington, e faleceu em 31 de maio de 1892, em Camden. Esse poeta, ensaísta e jornalista estadunidense é considerado o “pai do verso livre”. Em 1855 publicou a primeira edição de “Leaves of Grass”, sua obra mais famosa, cujos versos eram livres e longos, imitando os ritmos da fala. Na primeira edição de sua obra mais importante, não mencionava o nome do autor, e continha apenas 12 poemas e um prefácio. Nas edições seguintes dedicou-se a rever e completar o livro, sendo que a oitava, e última, foi 1889. Estava preparando a nona edição para 1892, mas morreu no mesmo ano, sem conseguir esse intento.
Whitman tornou-se mais conhecido mundialmente pelas citações no enredo do filme "Sociedade dos Poetas Mortos", de 1989. Para se ter uma ideia de sua importância na literatura, Fernando Pessoa escreveu um poema de nome "Saudação a Walt Whitman", que "introduziu uma nova subjectividade na concepção poética e fez da sua poesia um hino à vida”. (FONTE: Wikpédia).
O texto desta postagem foi extraída do site www.citador.pt.
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domingo, 2 de abril de 2017

MINHA CITAÇÃO:

Imprensa

"Quem pensa que a imprensa é livre, de fato,
está fadado a ser escravo de versões e boatos."

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO:
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