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Águas gaúchas
Queda d’água das Serras Gaúchas, localizada na cidade de Canela, estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em viagem no ano de 2004.
Foto denominada “águas gaúchas”, disponível no site: http://olhares.com.
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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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DADOS TÉCNICOS: Câmera digital marca Sony, modelo DSC-P92, ISO 100, sem uso de flash.
Galeria acessível através do link: http://br.olhares.com/paulopira.
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Davi e Golias
Ao longo do tempo, o cinema, a chamada “Sétima Arte”, tem conseguido transferir para as telas muitas obras de ficção e, não tão raramente, acontecimentos da vida real. Muitos filmes tornaram-se clássicos, enquanto que, em outros casos, foram as versões mais recentes que alcançaram o sucesso esperado.
No entanto, é extremamente raro nos depararmos com situações em que a vida imita a arte. Prova disso é o que os expectadores puderam presenciar no Estádio “Sinhoretão”, no último sábado. Lá, todos nós fomos brindados com o clássico “Davi e Golias”, versão que o destino preparou para esse início de 2011. O roteiro foi seguido “à risca”. E por falar em risca...
A cal delimitou minuciosamente o espaço reservado para o momento. O tapete verde, cuidadosamente aparado na segunda altura, pronto para ver ali desfilar um craque de primeira grandeza, porém nem tão grande assim.
Parecia mais uma daquelas tardes de sábado, esperada a semana inteira por muita gente. Mas aquela “esperada” tarde de sábado não estava preparada para o inesperado. Foi ali que o nosso personagem principal, que parece ter saído do filme “As aventuras de Gulliver”, pisou no gramado sagrado para ser imortalizado.
Para compor melhor o cenário “holliwoodiano”, as nuvens resolveram dar o ar da graça para amainar a canícula vespertina, enquanto que uma leve brisa aproveitava a oportunidade para permear a paisagem e, em especial, acariciar o bigode daquele que estava prestes a se tornar o herói da tarde.
Num lance de rara felicidade, Ricardo Maurício (ou seria Maurício Ricardo?) vislumbrou o deslocamento tempestivo de Carvalhinho dentro da área adversária, e alçou a pelota em direção ao atleta.
O goleiro adversário era Rodrigão e na sombra do destemido atacante estava o pobre Tiago Rola, com a missão impossível de marcar aquele que todos sabem que é imarcável. Além de imarcável, Carvalhinho é o tipo do sujeito que nenhum time tem a ousadia de negociar ou emprestar. Portanto, trata-se de um atleta inegociável e imprestável.
A bola milimetricamente lançada, percorreu a distância necessária para encontrar a cabeça do gênio, que saltou cerca de 10 centímetros, isso mesmo, quase a sua própria estatura, e não titubeou em imprimir a direção correta à meta adversária.
A esfera encobriu o goleiro e caprichosamente beijou o travessão. Por uma fração de segundo, parecia que o destino tinha definido que esse seria o único desfecho para o lance. Contudo, o próprio destino tratou de reescrever o roteiro e permitiu que a bola batesse na travessa superior e tocasse na parte posterior do braço de Rodrigão, com o propósito de dar ao goleiro a falsa impressão de que era possível uma defesa.
Ao tocar no antebraço do guarda-metas, a bola prosseguiu o seu curso natural, transpassando a linha do gol com um quique e indo ao encontro das redes que a acolheram para, finalmente, descansar no tapete esverdeado.
Carvalhinho apenas vibrou discretamente, num sinal de humildade pouco comum a desportistas considerados fora-de-série como ele. No entanto, numa atitude totalmente contrastante a do craque, a torcida enlouquecida invadiu o gramado para abraçá-lo.
E foi ali, no centro do gramado, que o ídolo se tornou o centro das atenções e seus admiradores puderam comemorar freneticamente com seu ídolo maior (maior?!). Em razão da invasão de torcedores, todos nós estamos cientes de que o “Sinhoretão” deverá ser interditado. Mas fica a torcida para que o TJD leve em consideração que a invasão não foi uma atitude de violência, mas de reverência ao ídolo.
Dessa forma, o talento prevaleceu sobre a força e, mais uma vez, num momento de grandiosidade, o menor se impôs ao maior, nessa versão contemporânea de Davi e Golias, mostrando que o atacante “Pequeno Polegar” é bom pra Carvalho.
Para alguns, Carvalhinho pode não ser propriamente comparado a Davi. Mas para todos, Rodrigão é o melhor exemplo de Golias. Mas não aquele personagem mencionado pela história. Na verdade, comparam Rodrigo à Ronald Golias, já que o futebol apresentado por ele ultimamente, tanto no gol como “na linha”, tem sido uma verdadeira comédia, que faz rir, especialmente, seus adversários.
Se para Sansão, outro personagem da história, o seu ponto forte eram os cabelos, para Carvalhinho, provavelmente, seja o seu bigode, “à la Sarney”.
Felizes aqueles que lá estiveram, que, com certeza, não esquecerão com facilidade esse momento ímpar. Apesar da estatura do nosso herói, foi, sem dúvida nenhuma, o ponto alto daquele sábado.
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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO:
Esta crônica eu escrevi no início deste ano. Ela narra, com doses de irreverência, um momento acontecido em uma de nossas “peladas” de final de semana, onde o principal objetivo é a prática de esporte e não propriamente a competição. O personagem escolhido, o Carvalhinho, é um dos recentes integrantes e um dos mais queridos da chamada turma do Lupy – http://lupy-futebolclube.blogspot.com.
A foto acima é de 2005 e nela constam, além de mim (o do meio, agachado), alguns dos integrantes desse grupo, que se encontra todo sábado desde 1989, portanto, há quase 22 anos. Essa inclusão no blog é uma homenagem a essa turma maravilhosa, da qual tenho orgulho de fazer parte desde o início.
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