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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

MINHA POESIA:

Ver

Ver-me,
verme vermelho,
verminado.

Ver-te;
verte vertigem;
vertente.

Ver-se,
verso versátil;
versejar.

Vê-la,
vela veloz;
velejar.

Ver,
verte verso
veloz.

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO: O texto acima é um jogo de palavras, onde elas se relacionam dentro de cada estrofe, sendo que, na última delas, foi extraída uma palavra de cada uma das anteriores para compor o fechamento. A visão é um dos sentidos pelos quais o poeta exercita a sua percepção. O ato de ver a si mesmo, ver a ti, ou uma terceira pessoa, permite velejar ao sabor dos sentidos e sentimentos. Assim, ver e observar faz com que os versos vertam rapidamente, soprados pelos ventos da inspiração, com a intenção de convidar a imaginação do leitor a navegar. O poema etá na página 57 do livro "Arcos e Frestas", selecionado em concurso literário promovido pela Editora Blocos, RJ, e publicado em 2003. É um dos textos disponibilizados no site da editora, onde é mencionado o autor: http://www.blocosonline.com.br/literatura/autor_poesia.php?id_autor=1503&flag=nacional
OBSERVAÇÃO: Por se tratar de conteúdo poético, é possível que, ao utilizar um aplicativo para tradução do texto, não se preserve o mesmo efeito visual e/ou fonético pretendido pelo autor e também não haja total fidelidade de sentido da escrita original.
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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

UMA CITAÇÃO...

Perguntas...

"Um dos problemas do nosso tempo é que perdemos a capacidade de fazermos as perguntas que são importantes. A escola nos ensinou a dar respostas: a vida nos aconselha a que fiquemos quietos e calados."

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AUTOR: Mia Couto
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COMENTÁRIO - Paulo Cesar Paschoalini:
Mia Couto é o pseudônimo de António Emílio Leite Couto, que nasceu em 5 de julho de 1955, na cidade de Beira, capital da Província de Sofala, em Moçambique, um dos países africanos cujo idioma é o português. É o escritor moçambicano mais traduzido e o seu primeiro romance "Terra sonâmbula", publicado em 1992, ganhou o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995, sendo considerado um dos 10 melhores livros africanos de século XX. Muito embora seja graduado em Biologia, é em literatura que ele se destaca, devido a qualidade de seus livros, o que já lhe rendeu reconhecimento em vários países, além de sucessivas premiações (Wikipédia). A frase acima foi extraída do site português "Citador", que vale a pena ser visitado.  
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terça-feira, 3 de novembro de 2015

MINHA CRÔNICA:

Viagem através da música

“A música é uma revelação superior à filosofia.” (Beethoven)

Muitas vezes somos convidados a fazer uma determinada viagem e antes mesmo de iniciá-la nos perguntamos se vele a pena tal empreitada. Pois bem, fui convidado para um espetáculo musical chamado “Viagem através da música”, apresentado no Teatro Municipal “Dr. Losso Neto”, dia 29 de julho, às 20 horas, cujos músicos que se apresentariam eram todos “guardinhas” ou recém ex-guardas-mirins.

Sem pestanejar, lá fui eu embarcar naquela “viagem”, levando na bagagem a lembrança e saudade dos tempos em que fui guarda-mirim, entre os anos de 1973 a 1976. Recordo até mesmo a matrícula: 364. Uma das coisas mais marcantes naquela época foi o som inconfundível da Banda da Guarda Mirim, regida pelo Prof. Romeu, já falecido. Embalado por aquelas notas musicais, que ainda ecoam na lembrança, lá estava eu acomodado na poltrona à espera do show.

Além do prazer em rever algumas pessoas que não via há muito tempo, o que eu vi foi, literalmente, de encher os olhos. A princípio, dezenas de jovens músicos executando obras, sob a batuta de Marcos Granado, também ex-guardinha. Execuções perfeitas. Em seguida, a participação da Banda “B”, composta de alunos iniciantes, sob a regência do ainda guarda-mirim Robson Agostini, o que garante a continuidade de músicos e regentes competentes.

Grande emoção tomou conta do Teatro quando o Prof. Luis Cláudio Alves regeu obras consagradas, com arranjos musicais feitos por ele mesmo. Esse ex-guardinha, que é um verdadeiro exemplo de vida, mostrou que garra e talento podem superar as maiores adversidades. E por falar em exemplo, foi feita a leitura de um texto comovente, escrito pelo Comandante Frederico Ciappina Neto, em que narra a história do ex-guardinha, Dr. Wilson Roberto de Barros, médico falecido em março de 2003, que para custear seus estudos contava com seu próprio esforço e, graças ao seu talento musical, tocava seu trompete em finais de semana para manter vivo o sonho de tornar-se médico.

Para fechar com chave de ouro, a Banda, com status de Filarmônica, sob o comando do regente João José Leite (mais um ex-guardinha), executou obras mais complexas, com a ilustre participação especial do solista Joel Barbosa, outro ex-guardinha, que graduou-se em clarineta em Tatuí e após anos de estudo obteve o grau de Mestre Doutor em Artes Musicais, no início da década de 90, pela “University Of Washington” e atualmente é Professor Titular de clarineta da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia-UFBA. Já realizou apresentações solo e de câmara no Brasil, EUA, Áustria, Alemanha e Colômbia.   

Essa foi a terceira apresentação da Banda Musical denominada “João Romeu Pitoli”, homenagem ao professor que conseguiu transformar menores carentes em músicos brilhantes. É oportuno citar uma frase de Platão: “A educação deve começar pela arte”.

Vendo aqueles adolescentes de origem humilde, pude constatar que o verdadeiro talento artístico é algo tão sublime que transcende o comum e não escolhe classe social. É pena que para se fazer sucesso é necessário dinheiro e influência, haja vista o “nepotismo musical” que assola a mídia, onde filhos de artistas, com atributos musicais e vocais discutíveis, também tornam-se “artistas”, interpretando composições de qualidade duvidosa.

Parabéns a todos os organizadores e participantes do espetáculo. Apenas lamento o fato de que os órgãos de comunicação locais deram modesta divulgação e pouca importância ao evento. Era uma ótima oportunidade para mostrar que, apesar da violência e caos social em que vivemos, as classes menos favorecidas são capazes de produzir artistas de alto nível.

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO:
Resolvi postar a crônica acima, depois de ler na edição de hoje na Gazeta de Piracicaba, na página 7, Seção "Gente", uma reportagem convidando o público piracicabano para assistir à apresentação da Banda Musical composta por alunos do "Instituto Formar", antiga Guarda Mirim. Há cerca de dez anos, em meados de 2005, depois de eu ter assistido a um evento semelhante a esse, eu redigi o texto, que dias depois foi publicado no Jornal de Piracicaba, dessa vez graças ao Mário Evangelista, Editor do "JP" na época. Aos professores, músicos e demais pessoas envolvidas os meus parabéns antecipado pela apresentação, que será logo mais às 20:00 horas, no Teatro Erotides de Campos, no Engenho Central.
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