O curioso caso de Banjamin Button
1 - INTRODUÇÃO:
4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1 - INTRODUÇÃO:
Produção
norte-americana lançada em 2008, baseada na no conto homônimo de F. Scott
Ftizgerald, trata-se de um drama escrito por Etich Roth e dirigido por David
Fincher. No elenco, nomes como Cate Blanchett e Brad Pitt, sendo este último,
inclusive, indicado ao Oscar como “Melhor ator”, entre as treze indicações que
recebeu. Apesar de ter sido um dos filmes mais indicados a esse prêmio em todos os tempos, acabou por conquistar apenas três e em categorias mais voltadas ao
quesito visual.
Conta a história de Benjamin, um homem que
nasce em 1918 com aparência e características de envelhecimento e,
pelo aspecto incomum para um recém-nascido, é abandonado pelo pai após a morte
da mãe, logo depois do parto.
Ele, então, é encontrado por
Queenie, uma negra que trabalha em um Lar para idosos, que passa a criar o
menino, julgando que ele teria pouco tempo de vida. Por sua aparência de velho,
convive em igual condição com os demais moradores do local, apesar de sua mente
ser como a de um garoto qualquer, inseguro e curioso sobre a vida.
Ainda na infância, conhece a
menina Daisy, que seria seu grande amor. A vida de Benjamin, no entanto, tem uma
característica curiosa. Ao invés de manter ou adquirir novas rugas, ele vai
rejuvenescendo em sua aparência, enquanto todos a sua volta vão envelhecendo, o
que torna o filme intrigante e reflexivo ao telespectador.
2.1 - AGOSTINHO
DE HIPONA:
O tempo muitas vezes foi objeto de
reflexão na história da Filosofia. Do mesmo modo, a literatura também se serviu
de conceitos temporais como pano de fundo de narrativas, na maioria no campo da
ficção, como é o caso de Benjamin Button.
A ideia sobre o conto surgiu depois
que F. Scott Fitzgerald leu a seguinte frase de Mark Twain: “A vida seria
infinitamente mais feliz se pudéssemos nascer aos 80 anos e gradualmente chegar
aos 18”. Essa subversão na cronologia do tempo nos remete ao pensamento de
Agostinho de Hiopona.
Santo Agostinho dizia que o tempo é
essencialmente psicológico e está no espírito dos homens. Podia-se dizer que há
três tempos, mas não necessariamente passado, presente e futuro. Para ele,
seria mais certo dizer que os três tempos seriam o presente do passado, o
presente do presente e o presente do futuro, porque essas três espécies só
existem em nosso espírito, não sendo possível vê-los em outra parte.
Sendo assim, o passado não existe, pois
é uma lembrança; o presente também não existe, uma vez que é uma percepção ou
intuição e o futuro não existe, já que nunca aconteceu e, portanto, não passa
de uma expectativa.
2.2 - KANT
E HEIDEGGER:
Com
relação ao tempo, outro filósofo que merece ser mencionado é o alemão Immanuel
Kant, para quem o tempo é uma intuição a priori. Tempo, assim como o espaço, é
uma condição de possibilidade da experiência, não sendo, portanto, uma
realidade, já que não é visível, nem tangível e tampouco conteúdo de
experiência. E puramente intuitivo.
Para esse
pensador, o tempo é uma condição da constituição humana, uma vez que faz parte
de sua estrutura psicológica, além de condicionar nossas percepções de mundo e
contribuir na aquisição de conhecimentos. Trata-se de uma intuição a priori, ou
seja, antes da experiência, e que a condiciona ou a possibilita que ocorra.
Dessa forma, a capacidade de intuição em conjunto com a capacidade de
pensar (ou, entendimento), é responsável pela organização das informações dos
sentidos e permite por meio da reflexão o surgimento do conhecimento humano.
Como pudemos ver,
são duas concepções diferentes acerca do tempo. Poderíamos, a partir desse
ponto, principiar nosso questionamento ao depararmos com o começo da vida do
personagem principal do filme, nos questionar inicialmente a respeito de nós
mesmos, ou seja, porque nossa natureza é nascer criança e morrer velho?
Diante do proposto
no filme em questão, podemos, ainda, mencionar Martin Heidegger, que tratou de
algo muito visível no personagem, ao longo do desenrolar de sua história: a
angústia. Segundo esse outro pensador alemão, angústia é uma insegurança que sentimos da
nossa própria existência perante o mundo, onde nos vemos sozinhos, isolados de
tudo, uma solidão, inclusive, perante a nossa condição humana. Devido à sua
característica pessoal, Benjamin viveu a sua angústia particular diante de um
mundo de possibilidades, não tão diferente dos demais, onde o futuro não
oferece nenhuma forma de garantia.
Assim, a
constatação de nossa natureza humana tem como ponto de vista o aspecto
antropológico. Não importa se o tempo é uma ilusão, algo psicológico, ou, ainda, se é uma intuição que age no sentido de contribuir para a aquisição de
conhecimento.
De
qualquer forma, independente do tempo agir no sentido de nos envelhecer ou de nos
remoçar, em ambos os casos necessitamos nos submeter a uma experiência de vida,
dentro de um espaço de tempo qualquer, com o objetivo de adquirir conhecimento
e consciência para nossa evolução. Todavia, o certo é a evidencia da nossa fragilidade
e da nossa condição efêmera.
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A vida é
realmente algo curioso e nossa relação com o tempo é quase sempre de
insatisfação. Quando somos crianças, torcemos para que o tempo passe logo, para sermos rapidamente adultos. Quando avançamos um pouco mais na idade
adulta, queremos colocar um freio no tempo. Ou, ainda, ao nos depararmos
próximos à velhice, gostaríamos que nossa idade retrocedesse gradualmente, a
ponto de nos tornarmos novamente jovens, conforme sugere o autor F. Scott
Fitzgerald.
Ao
assistir esse filme que narra a história de Benjamin Button, percebemos que esse
processo de inversão da idade, partindo da velhice, quer seja para somente uma
pessoa ou para toda a humanidade, só inverteria a cronologia e,
conseqüentemente, nossos aspectos e características físicas, não nos livrando,
entretanto, de situações que pudesse impedir nosso inevitável destino.
Fica ao
espectador o convite para uma reflexão a respeito das etapas da nossa vida. Muito
embora a maioria das pessoas se queixe do natural processo de envelhecimento,
se ela caminhasse no sentido oposto, não estaríamos imunes ao mesmo fim. Assim, apesar de que ela não seja da forma como gostaríamos que fosse, o ideal é vivermos
intensamente da melhor maneira como realmente ela nos apresenta.4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Site
Wikipédia – A Enciclopédia Livre, acesso em 05 abr 2014.
Site
FAJE-Faculdade Jesuíta, acesso em 06 abr 2014.
Site
Revistas PUCSP, acesso em 06 abr 2014.
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TEXTO: Paulo Cesar Paschoalini
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TEXTO: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO:
Trabalho do componente curricular de AACC - Atividade Acadêmica Cultural e Científica, apresentado durante a graduação em Licenciatura em Filosofia, pela Faculdade "Claretiano - Rede de Educação", Polo de Rio Claro-SP.
A publicação no blog é uma sugestão para quem ainda não viu o filme e também um convite para uma análise sob o ponto de vista filosófico, para quem já assistiu essa produção de grande sensibilidade, e, quem sabe, uma oportunidade de revê-lo com outros olhos, mais críticos e mais reflexivos.
Trabalho do componente curricular de AACC - Atividade Acadêmica Cultural e Científica, apresentado durante a graduação em Licenciatura em Filosofia, pela Faculdade "Claretiano - Rede de Educação", Polo de Rio Claro-SP.
A publicação no blog é uma sugestão para quem ainda não viu o filme e também um convite para uma análise sob o ponto de vista filosófico, para quem já assistiu essa produção de grande sensibilidade, e, quem sabe, uma oportunidade de revê-lo com outros olhos, mais críticos e mais reflexivos.
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