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sexta-feira, 16 de março de 2018

MINHA POESIA:

Ventania

Sinto que estou em um lugar
que já não me oferece mais abrigo.
O que no começo era uma simples brisa,
transformou-se em uma ventania
capaz até mesmo de destruir.
Encontro, finalmente, um abrigo,
que me protege do frio do vento.
Já não sinto mais as rajadas.

Apenas sei mesmo que venta,
porque ouço um sopro penetrar
pelas frestas de um lugar qualquer.
Essa ventania agitada produz assobio,
que penetra por todas as cicatrizes,
chegando a provocar intensos arrepios.

Calafrios aumentam a pulsação
e deixam a respiração ofegante,
com inspirações e expirações contínuas,
feito um vento que insiste em soprar,
mas não desarruma os cabelos
e, sim, o que está sob a cabeleira.

Agora já não sei mais ao certo
qual temporal provoca mais estragos;
Se aquele que é provocado
pela agitação da atmosfera,
ou se aquele agito contido nas entranhas
da região temporal do crânio,
escondido entre as têmporas.
Só me resta esperar a calmaria!... 

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TEXTO: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO:
O texto foi publicado na página 27 do livro “Arcos e Frestas”, Editora Blocos, no ano de 2003. A obra foi uma das 12 selecionadas no “3º Concurso Blocos de Poesia”, dentre 287 concorrentes inscritos. A imagem foi extraída do site " dds-bta.nl ".
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