Paulo Cesar Paschoalini

Paulo Cesar Paschoalini
Pirafraseando

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domingo, 3 de janeiro de 2016

MINHA POESIA:

Sopro

Um último suspiro...
Um sopro brando
levou para longe um agito contido,
que não se continha mais.
A inquietação não se dissipava.
Já não tinha mais
aquele explosivo jeito sereno,
que explodia serenidade.
A tranquilidade foi abandonando
a sua essência pouco a pouco.
Prefiro lembrar você
no gozo de sua lucidez.
Quando estava perto,
seus pensamentos vasculhavam,
ao longe, o infinito do saber.
Agora, que está longe,
vim saber que o infinito é muito perto.
Aprendi que a distância que separa
os limites da vida e o infinito
é de exatamente um sopro...

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO: Hoje faz precisamente 15 anos que meu irmão Valter se foi. Eu sei que pode parecer clichê, mas realmente me dá a impressão que foi ontem. Se isso foi ontem, posso dizer que anteontem mesmo estávamos ali em nosso quintal, brincando com os carrinhos que nós mesmos fabricávamos, lembra? A palavra saudade certamente não é suficiente para expressar a sua falta.
Foi uma das pessoas mais presentes na minha vida, até então, já que era dois anos mais velho que eu e eu aprendi muito, mas muito mesmo com ele! Estudamos nas mesmas escolas, frequentamos juntos muitos lugares em nossa juventude e também trabalhamos na mesma empresa.
Lembro-me que, certa vez, ele leu alguns de meus textos e um dia me disse que eu deveria publicá-los. Apesar da simplicidade de cada linha, o tipo de incentivo como esse me fizeram reunir os poemas e me levou a acreditar numa eventual publicação. Porém ele não chegou a ver meu livro pronto.
O poema acima eu escrevi três semanas depois de sua partida e foi publicado na página 51 do meu livro "Arcos e Frestas". Nos agradecimentos, eu mencionei que o texto era em sua memória e dediquei aos seus filhos Jean, Vitor e Renata. Quis o destino que a Renata nos deixasse em maio de 2014 e, independente da crença de cada um, de certa forma, eles estão juntos agora.
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

MEU TEXTO:

Reflexão de final de ano

Aprendemos desde criança a cumprimentar as pessoas com quem nos relacionamos, primeiramente com um informal “oi”, depois, mais crescidos, com os habituais “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite”.

Conversando com aquelas mais vividas, tomei conhecimento que, antigamente (bem antigamente, mesmo), pronunciar esses cumprimentos era algo que vinha mais do coração. Mais do que um simples gesto de gentileza, era o desejo de que a outra pessoa tivesse realmente um bom dia, por exemplo.

Com o passar do tempo, o desejo passou a ser uma cortesia e esta, por sua vez, passou a ser somente uma formalidade qualquer, de tal maneira que muitas vezes nem nos damos conta de quem estamos cumprimentando, pois nem sequer olhamos nos olhos um do outro. Assim, o então “bom dia” acabou se reduzindo num “... dia”, a fim de tão somente se cumprir uma imposição social.

No último dia 22, eu estive no Instituto de Mama de Piracicaba, acompanhando uma pessoa muito próxima, que está se recuperando de procedimentos cirúrgicos e tinha uma consulta marcada para aquela data. Quando lá cheguei, cumprimentei as duas secretárias, que já nos conhecia (aliás, sempre muito atenciosas com todos), mas não foi possível cumprimentar a todos, uma vez que a sala de espera estava tomada de outros pacientes, com respectivos acompanhantes.    

Uma das secretárias pediu que fizéssemos a gentileza de aguardar, pois aquele era o último dia do ano de atendimento médico e, além das habituais consultas, muitos dos pacientes que lá estavam iriam passar por tratamento quimioterápico.

Ao lançar um olhar pela ambiente, era possível ver mulheres de várias idades e muitas delas com cortes de cabelo pouco convencionais. Algumas com cabelos bem curtos, outras com a cabeça raspada e outras, ainda, usando algum tipo de aplique, fato esse que só tomamos conhecimento depois que algumas delas assim se manifestaram, com quem eu acompanhava.

Lembrei-me, então, de uma frase que li, não me lembro onde; “a vaidade de uma mulher brota da raiz de seus cabelos”. Levando-se em conta essa máxima, podia-se notar que todas elas (todas mesmo!) haviam abdicado de sua vaidade e fizeram vir à tona uma força visivelmente maior do que os problemas que enfrentavam.

Mas o que mais me chamou a atenção foi um outro detalhe muito importante. Cada vez que terminavam de ser atendidas, ou por algum médico nos consultórios, ou saindo da sala destinada à quimioterapia, elas passavam pelas secretárias e as cumprimentavam com um forte abraço.

Antes de ir embora, porém, todas elas, sem exceção, olhavam para as pessoas que estavam na sala de espera (lotada, repito) e, em razão da época do ano, acenavam para os presentes, desejando a todos um “Feliz Natal” e um “Feliz Ano Novo”, com um brilho especial nos olhos e uma sinceridade muito diferente do nosso “bom dia” convencional. Para um observador mais atento, aquilo foi uma experiência por demais emocionante.

Diante de tudo isso, podemos constatar que aquele pequeno grupo (e não apenas essas pessoas) representa uma singela amostra do comportamento humano. Somente quando está diante de situações extremas é que o ser humano se lembra de ser solidário. Quando se vê às voltas com algo que pode fazer referência à morte, as pessoas são capazes de olhar para seus semelhantes com a humanidade que deveria ser comum no convívio diário. Chega a ser irônico notar que são muito mais os aspectos voltados à morte que nos faz refletir sobre a vida. Entretanto, quando devidamente saudáveis, nosso alvo passa a ser um certo incômodo pela existência “do outro”.

Na nossa rotina, fomos de certa forma adestrados "que viver é competir", ser melhor em algum aspecto e ser mais bem sucedido que “o outro”, considerado um adversário (ou, em alguns casos, um inimigo) a ser batido. De acordo com o ponto de vista dos segmentos estritamente comerciais, viver nos dias de hoje é, de certa forma, estimular a prevalência sobre o outro, tido por muitos mentores do mundo competitivo atual como um concorrente, ou um “grande obstáculo” a ser superado.

Minha particular lição de final/começo de ano é que tenhamos, acima de tudo, um olhar capaz de espargir saúde, quando lançado na direção do outro, e que eventuais diferenças sejam vistas apenas como normais características divergentes de “um outro eu”.

Que os cumprimentos de "Feliz Ano Novo" sejam diferentes dos já desgastados "bom dia". Que sejam um desejo intenso e sincero e não um balbuciar automático de palavras vazias, conforme fomos devidamente condicionados ao longo de nossa vida. 

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO: O texto acima pode parecer ingênuo, recorrente ou utópico. Mas ele reflete a maneira de como costumo ver o mundo, dentro de minha limitação,com meus acertos e equívocos, comum à qualquer pessoa. E os finais de ano, em especial, me remetem obrigatoriamente à John Lennon: "você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único". Sou, portanto, um sonhador assumido e dentro dessa visão utópica, me socorro do escritor irlandês Oscar Wilde, para quem "o progresso não é senão a realização das utopias". Para finalizar, o que me refiro, em particular, é sobre o progresso humano. Utópico?... Será mesmo?
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sábado, 12 de dezembro de 2015

MEU TEXTO:

Graduação

Sem dúvida nenhuma, foi uma experiência muito interessante e fundamental para um curso de Licenciatura. Ao me colocar numa posição de expectador, tive oportunidade de acompanhar o desenrolar de cerca de seis meses de aulas, podendo observar a melhor maneira de expor um assunto e as diversas reações dos alunos em sala.

Especificamente no caso de “Filosofia”, por se tratar de uma Disciplina de conteúdo muitas vezes subjetivo, pude presenciar as formas que o professor procurava trazer os conceitos para a realidade do mundo em que vivemos, facilitando, assim, o entendimento e relevância do assunto abordado.

Pude constatar a eficiência e melhor aproveitamento de conteúdo quando da utilização recursos audiovisuais, muito embora reconheça a dificuldade em se preparar frequentemente aulas nesse formato, o que requer uma disponibilidade de tempo fora de sala de aula, nem sempre possível ao professor.

Gostaria de destacar a postura profissional e ao mesmo tempo humana do Prof. Vitor Medina, tanto no trato com os estudantes, como também na preocupação e dedicação na transmissão de sua vivência como educador. Além da atenção dispensada em sala de aula, colocou-se à disposição para a preparação de aulas fora do ambiente escolar.

Toda vez que foi solicitado, sempre procurou se posicionar de maneira objetiva, expondo seu ponto de vista de maneira clara e detalhada acerca dos questionamentos. A comparação, por exemplo, de aulas com o mesmo conteúdo, aplicadas em classes distintas, com desenrolar diferente, era motivo de reflexão tanto para mim, como para ele próprio, que algumas vezes chegou a fazer uma espécie de “mea culpa”, mostrando que a arte de ser educador requer também humildade e constantes avaliações.

Importante mencionar, também, a postura dos alunos, que desde o início até o final do estágio, sempre se comportaram de maneira respeitosa para com a minha pessoa, apesar do estranhamento inicial pela “invasão de seu espaço”, eles se acostumaram com a minha presença e se relacionavam comigo de uma forma muito saudável.

Também de suma importância a postura das demais pessoas vinculadas à escola, que em todo momento se colocaram à disposição para toda e qualquer informação por mim solicitada, e, com o passar do tempo, trataram-me de tal maneira que me fez sentir “quase que integrado” ao Colégio.

Certamente foi uma experiência ímpar, que me proporcionou conhecer com mais propriedade as “dores e delícias” de ser professor, num contexto social algumas vezes conturbado, dentro de um país que valoriza muito pouco um segmento tão importante que é a Educação.

Enfim, a conclusão pessoal de que ser professor não é apenas uma opção por uma profissão, mas a certeza de que se trata de uma vocação. Muito embora a compensação financeira não seja algo tão certo na carreira de quem se propõe a abraçar, fica a satisfação interior de poder contribuir de maneira singela, mas também importante e decisiva, para a construção de um futuro melhor. Talvez aí resida o maior desafio e, ao mesmo tempo, seja o mais gratificante.

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TEXTO: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO: Hoje foi um dia muito especial, pois foi realizada a cerimônia de Colação de Grau do curso de "Licenciatura em Filosofia", no auditório do "Claretiano - Centro Universitário", na cidade de Rio Claro-SP. Iniciei o curso nessa Faculdade em 2011, terminando em 2013, ficando para os anos seguintes o cumprimento dos demais componentes para a conclusão da graduação, em especial o Estágio, que fiz no "Colégio Tales de Mileto", em Piracicaba-SP em 2014. Por essa razão, eu resolvi publicar o texto de "Conclusão dos Relatórios em Sala de Aula", que resume muito rapidamente a experiência por mim vivenciada.
Gostaria de aproveitar a oportunidade para agradecer ao Prof. Antonio Filogênio de Paula Júnior, cujas aulas na Faculdade foram extremamente proveitosas, graças ao seu conhecimento e, principalmente, pela exposição dos temas abordados. Sou grato, também, ao Prof. Vitor Medina, do colégio "Tales", pela atenção e dedicação durante o período e estágio.
Um agradecimento especial ao meu irmão Alex, também formando nesta data, que me convidou à fazer o curso e que me orientou durante os estudos, por ter sido a sua segunda graduação. Grato, principalmente, à minha esposa e minha filha pelo apoio e incentivo manifestados desde o início, até o dia da graduação.
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

UMA CITAÇÃO...

Idade

"Vista pelos jovens, a vida é um futuro infinitamente longo; vista pelos velhos, um passado muito breve."

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Arthur Schopenhauer
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COMENTÁRIO - Paulo Cesar Paschoalini:
O alemão Arthur Schopenhauer nasceu em 1788 na cidade de Danzig e faleceu em 1860 em Frankfurt. Foi um importante filósofo do século XIX e seu pensamento tem como ponto de partida alguns conceitos da filosofia kantiana. Introduziu o pensamento indiano e conceitos budistas na metafísica alemã e essa influência o fez aceitar o ateísmo. Sua principal obra foi "O mundo como vontade e representação" e ficou conhecido por sua visão realista-pessimista. Influenciou o pensamento de importantes figuras, como Edwar von Hartmann e Friedrich Nietzsche. Segundo ele, o amor seria como uma meta a ser alcançada e não acreditava que se relacionava com a felicidade (Wikipédia).
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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

MINHA POESIA:

Ver

Ver-me,
verme vermelho,
verminado.

Ver-te;
verte vertigem;
vertente.

Ver-se,
verso versátil;
versejar.

Vê-la,
vela veloz;
velejar.

Ver,
verte verso
veloz.

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO: O texto acima é um jogo de palavras, onde elas se relacionam dentro de cada estrofe, sendo que, na última delas, foi extraída uma palavra de cada uma das anteriores para compor o fechamento. A visão é um dos sentidos pelos quais o poeta exercita a sua percepção. O ato de ver a si mesmo, ver a ti, ou uma terceira pessoa, permite velejar ao sabor dos sentidos e sentimentos. Assim, ver e observar faz com que os versos vertam rapidamente, soprados pelos ventos da inspiração, com a intenção de convidar a imaginação do leitor a navegar. O poema etá na página 57 do livro "Arcos e Frestas", selecionado em concurso literário promovido pela Editora Blocos, RJ, e publicado em 2003. É um dos textos disponibilizados no site da editora, onde é mencionado o autor: http://www.blocosonline.com.br/literatura/autor_poesia.php?id_autor=1503&flag=nacional
OBSERVAÇÃO: Por se tratar de conteúdo poético, é possível que, ao utilizar um aplicativo para tradução do texto, não se preserve o mesmo efeito visual e/ou fonético pretendido pelo autor e também não haja total fidelidade de sentido da escrita original.
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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

UMA CITAÇÃO...

Perguntas...

"Um dos problemas do nosso tempo é que perdemos a capacidade de fazermos as perguntas que são importantes. A escola nos ensinou a dar respostas: a vida nos aconselha a que fiquemos quietos e calados."

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AUTOR: Mia Couto
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COMENTÁRIO - Paulo Cesar Paschoalini:
Mia Couto é o pseudônimo de António Emílio Leite Couto, que nasceu em 5 de julho de 1955, na cidade de Beira, capital da Província de Sofala, em Moçambique, um dos países africanos cujo idioma é o português. É o escritor moçambicano mais traduzido e o seu primeiro romance "Terra sonâmbula", publicado em 1992, ganhou o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995, sendo considerado um dos 10 melhores livros africanos de século XX. Muito embora seja graduado em Biologia, é em literatura que ele se destaca, devido a qualidade de seus livros, o que já lhe rendeu reconhecimento em vários países, além de sucessivas premiações (Wikipédia). A frase acima foi extraída do site português "Citador", que vale a pena ser visitado.  
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terça-feira, 3 de novembro de 2015

MINHA CRÔNICA:

Viagem através da música

“A música é uma revelação superior à filosofia.” (Beethoven)

Muitas vezes somos convidados a fazer uma determinada viagem e antes mesmo de iniciá-la nos perguntamos se vele a pena tal empreitada. Pois bem, fui convidado para um espetáculo musical chamado “Viagem através da música”, apresentado no Teatro Municipal “Dr. Losso Neto”, dia 29 de julho, às 20 horas, cujos músicos que se apresentariam eram todos “guardinhas” ou recém ex-guardas-mirins.

Sem pestanejar, lá fui eu embarcar naquela “viagem”, levando na bagagem a lembrança e saudade dos tempos em que fui guarda-mirim, entre os anos de 1973 a 1976. Recordo até mesmo a matrícula: 364. Uma das coisas mais marcantes naquela época foi o som inconfundível da Banda da Guarda Mirim, regida pelo Prof. Romeu, já falecido. Embalado por aquelas notas musicais, que ainda ecoam na lembrança, lá estava eu acomodado na poltrona à espera do show.

Além do prazer em rever algumas pessoas que não via há muito tempo, o que eu vi foi, literalmente, de encher os olhos. A princípio, dezenas de jovens músicos executando obras, sob a batuta de Marcos Granado, também ex-guardinha. Execuções perfeitas. Em seguida, a participação da Banda “B”, composta de alunos iniciantes, sob a regência do ainda guarda-mirim Robson Agostini, o que garante a continuidade de músicos e regentes competentes.

Grande emoção tomou conta do Teatro quando o Prof. Luis Cláudio Alves regeu obras consagradas, com arranjos musicais feitos por ele mesmo. Esse ex-guardinha, que é um verdadeiro exemplo de vida, mostrou que garra e talento podem superar as maiores adversidades. E por falar em exemplo, foi feita a leitura de um texto comovente, escrito pelo Comandante Frederico Ciappina Neto, em que narra a história do ex-guardinha, Dr. Wilson Roberto de Barros, médico falecido em março de 2003, que para custear seus estudos contava com seu próprio esforço e, graças ao seu talento musical, tocava seu trompete em finais de semana para manter vivo o sonho de tornar-se médico.

Para fechar com chave de ouro, a Banda, com status de Filarmônica, sob o comando do regente João José Leite (mais um ex-guardinha), executou obras mais complexas, com a ilustre participação especial do solista Joel Barbosa, outro ex-guardinha, que graduou-se em clarineta em Tatuí e após anos de estudo obteve o grau de Mestre Doutor em Artes Musicais, no início da década de 90, pela “University Of Washington” e atualmente é Professor Titular de clarineta da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia-UFBA. Já realizou apresentações solo e de câmara no Brasil, EUA, Áustria, Alemanha e Colômbia.   

Essa foi a terceira apresentação da Banda Musical denominada “João Romeu Pitoli”, homenagem ao professor que conseguiu transformar menores carentes em músicos brilhantes. É oportuno citar uma frase de Platão: “A educação deve começar pela arte”.

Vendo aqueles adolescentes de origem humilde, pude constatar que o verdadeiro talento artístico é algo tão sublime que transcende o comum e não escolhe classe social. É pena que para se fazer sucesso é necessário dinheiro e influência, haja vista o “nepotismo musical” que assola a mídia, onde filhos de artistas, com atributos musicais e vocais discutíveis, também tornam-se “artistas”, interpretando composições de qualidade duvidosa.

Parabéns a todos os organizadores e participantes do espetáculo. Apenas lamento o fato de que os órgãos de comunicação locais deram modesta divulgação e pouca importância ao evento. Era uma ótima oportunidade para mostrar que, apesar da violência e caos social em que vivemos, as classes menos favorecidas são capazes de produzir artistas de alto nível.

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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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COMENTÁRIO:
Resolvi postar a crônica acima, depois de ler na edição de hoje na Gazeta de Piracicaba, na página 7, Seção "Gente", uma reportagem convidando o público piracicabano para assistir à apresentação da Banda Musical composta por alunos do "Instituto Formar", antiga Guarda Mirim. Há cerca de dez anos, em meados de 2005, depois de eu ter assistido a um evento semelhante a esse, eu redigi o texto, que dias depois foi publicado no Jornal de Piracicaba, dessa vez graças ao Mário Evangelista, Editor do "JP" na época. Aos professores, músicos e demais pessoas envolvidas os meus parabéns antecipado pela apresentação, que será logo mais às 20:00 horas, no Teatro Erotides de Campos, no Engenho Central.
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