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terça-feira, 18 de agosto de 2015

UMA CITAÇÃO...

Leitura

"Os leitores extraem dos livros, consoante o seu carácter, a exemplo da abelha ou da aranha que, do suco das flores retiram, uma o mel, a outra o veneno."

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AUTOR: Friedrich Nietzsche
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COMENTÁRIO - Paulo Cesar Paschoalini:
O alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em 1844 na cidade de Röcken e faleceu no ano de 1900 em Weimar. Foi um filólogo, filósofo, crítico cultural, poeta e compositor do século XIX. Escreveu vários textos críticos sobre a religião, a moral, cultura contemporânea, filosofia e ciência, expressando-se também através de metáforas, ironia e aforismo (fonte: Wikipedia). O texto acima foi extraído do site português "Citador" (por essa razão, está grafada a palavra 'carácter'), que eu convido os leitores a acessarem e conheceram um pouco sobre alguns autores em língua portuguesa, além de outros textos de escritores consagrados, de várias épocas e nacionalidades. 
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5 comentários:

  1. ''Não preferimos conservar o que havia de falso, de frágil, de mentiroso na filosofia e rejeitar o que havia de criador, e construir toda uma “teia de aranha” metafísica na qual se aprisionaram até os seus próprios criadores? Um mundo de conceitos, de estandartizações pensamentais de um logicismo anti-vital, acósmico, permitiu a construção de toda uma ciência que se dava na vida, mas continuava lutando contra a vida.'' Esta frase de Mário Ferreira dos Santos, grande filósofo brasileiro que traduziu muitas obras de Nietzsche do alemão para o português. Está em seu livro ''O homem que nasceu póstumo", pag. 6, em que ele faz análises sobre vida, obra, época, e importância histórica do filósofo alemão. Estou começando a ler os livros que baixei do Mário e me lembrei dessa citação das teias de aranha. O livro pode ser baixado aqui: https://aliancaconservadoresbrasil.files.wordpress.com/2012/05/75941628-o-homem-que-nasceu-postumo-mario-ferreira-dos-santos.pdf Vale a pena conhecer um pouco do pensamento desse brilhante brasileiro, que escreveu por volta de uma centena de livros e que ainda é ignorado pelas universidades brasileiras, mas muito referenciado na Europa.

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    1. Como diz Millôr Fernandes: "o ponto de vista é a vista de um ponto". Assim, num mundo de múltiplas diversidades, nada mais natural e salutar do que também a diversidade de opiniões. Assim, o mundo é repleto de pessoas que ouvem opiniões, de pessoas que mudam de opiniões e de opiniões que mudam as pessoas. Afinal, como disse Heráclito, há cerca de 2.500 anos, "tudo flui".

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  2. Paulo, pois se você tem admiração por Nietzsche vai se identificar muito com o Mário Ferreira dos Santos, que, por reconhecer a genialidade do filósofo alemão, resolver traduzi-lo para que mais brasileiros pudessem saborear um pouco do pensamento, da poesia, do encanto desse gênio da escrita. E não satisfeito, escreveu livros comentando e digerindo a genialidade dos escritos dele no contexto cultural, social, moral, histórico e político da época, para que leigos em filosofia, como eu, pudessem compreender a linguagem universal e sempre atual de Nietzsche. Como nunca estudei filosofia, mas sempre tive vontade de entender e conhecer mais profundamente a mensagem dessas grandes figuras, considero um grande achado encontrar a obra do Mário. Porque foi baseado em tudo o que ele aprendeu, através da linha de pensamento e da lógica de Nietzsche, foi que ele se atreveu a analisar no contexto brasileiro e sul americano, as particularidades do desenvolvimento do nosso povo, em seus inúmeros livros. Na base dos escritos dele está a intenção de acrescentar para esclarecer, não de criar confrontos ou simples críticas. E foi essa também a minha intenção no comentário acima. Mesmo porque demorarei décadas estudando, para algum dia ter conhecimento suficiente para me atrever a fazer alguma crítica, se houver, à obra, ou qualquer pensamento de Nietzsche. Por enquanto só compartilho o que vejo de bom e construtivo e convergente, de preferência. Só isso.

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  3. Ana, na verdade, não tenho conhecimento suficiente para ter admiração diretamente por Nietzsche, ou outro filósofo em especial. Poderia dizer que minha admiração é por Filosofia, como aprendiz que sou no assunto. Porém, é impossível passar os olhos pela Filosofia sem mencionar esse (além de outros) filósofo alemão, um expoente como pensador, apesar de ser uma figura controversa, devido à vida complicada vida que e, principalmente, por seu fim melancólico. Penso que vale a pena ler (como sugestão, no "Pensador.UOL" ou no site português "Citador") suas frases, seus textos e seus poemas (e é justamente aí que filósofos e escritores mais me pegam).
    Gostaria de agradecer pela dica do livro “O homem que nasceu póstumo”, do brasileiro Mário Ferreira dos Santos, que eu confesso que não conhecia. Já dei uma “batida e olho” bem rápida pelo livro (que pretendo ler com mais profundidade) e, apesar de talvez não ser a parte central, destaquei esse trecho abaixo, que, penso eu, trata da loucura não como um antônimo para a lucidez, mas como a outra face, um complemento:
    “Há sempre algo de terrível e respeitoso no louco. E quantas vezes, na história, aqueles que quiseram erguer um gesto de rebeldia simularam-se de loucos, para dizer as verdades. A loucura é sempre fecundadora nesses casos, e é preciso um grão de loucura para que se possa ver com olhos impessoais e se possa penetrar no fundo das coisas.”
    Mais uma vez, obrigado pela dica e pela importante participação de sempre.

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  4. SOBRE OS PONTOS...
    Toda opinião sobre um filósofo, por exemplo, por mais qualificada que seja, é baseada principalmente na identificação de quem opina com a ideia abordada. Seno assim, aquilo que dá suporte à tese, assim como a refutação da mesma, estará calcada num ponto de vista pessoal, embora todas as análises possam se vistir de “imparcialidade”. Dessa forma, se alguém se dispõe a quer escrever sobre ou contra algo/alguém, estará deixando junto ao texto a “sua digital”, o que, convenhamos, deve ser algo que sempre mereça respeito por parte do leitor.
    Assim, é um grande desafio escrever sobre qualquer pessoa, em especial a respeito de filósofos consagrados. No caso específico do brasileiro Mário Ferreira dos Santos, certamente na sua abordagem sobre a obra de Nietzsche, desde o “ponto de partida” de sua empreitada, até o “ponto final” de seus escritos, mesmo que tome os cuidados necessários para manter uma linha de neutralidade, estará inevitavelmente imprimindo também ali o seu “ponto de vista”.

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