Lá vai o tempo feito um trem deslizando
pelos
trilhos infinitos do destino.
Antigamente
vinha devagar, passadas lentas,
e
entre uma estação e outra era possível
ver a beleza em cada uma delas.
Pela
janela dava tempo de ver a paisagem,
que
nos acenava durante toda a travessia.
O
trem caminhava vagarosamente,
deixando
um rastro de fumaça
como
sinal de sua passagem.
Uma
boa parte dessa fumaça
foi
dissipada pelo vento do esquecimento;
a
outra parte transformou-se em nuvens,
que
se espalham pelo horizonte da lembrança.
Hoje,
o tempo é um trem
que
passa depressa demais.
De
uma estação a outra é um ‘flash’.
Recolhe
e despeja passageiros
numa
velocidade tamanha,
que
nem sequer nos damos conta
de
quem nos acompanha na viagem.
Não
têm traços de fumaça,
muito
menos espaço para lembranças.
Tudo
acontece muito rapidamente.
Os
trens modernos são chamados de ‘trem bala’,
pois
passam como se fossem um disparo.
Feito
um disparo de uma bala,
que muitas vezes fere e outras vezes mata!
que muitas vezes fere e outras vezes mata!
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AUTOR: Paulo Cesar Paschoalini
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